A minha poesia desapareceu na rua
E a vida parece se resolver não mais em poesia.
Só em uma feia fotografia.
A minha poesia desapareceu na rua
E a vida parece se resolver não mais em poesia.
Só em uma feia fotografia.
Roía o osso o bicho.
O osso era de um cão.
O cão devia ter dono.
O dono deu-lhe boa comida.
A comida era gorda.
A gordura vazava das entranhas.
As entranhas expunham as vísceras.
As tripas alimentava o bicho.
Em cada casa
Uma imagem
Em cada imagem
Uma vela
E a fé que falta em mim
Transborda em uma cidade inteira
Nenhum anjo
Pousa no meu jardim.
Que pena!
Por que se pousassem arrancava-lhes as asas
Fazia deles humanos
Só para que vissem que merda é ser humano!
12 de abril de 2010