Hoje.
É ontem?
Ou foi amanhã?
Arquivo mensal: maio 2018
“…Urubù!”
escorre
liquido verde vesicular,
desce pelas narinas e encontra na boca
o arroto azedo de um estar doente.
“não há nada demais com você além de uma virose
e o enjoo é normal em vista do seu quadro clínico!”
diz a medicina com seu olhar demente.
E o veneno que me mata aos poucos
Não mata os malditos vírus do meu corpo.
“Resistirò fino all’arrivo di Tex?”
Andrea Pazienza – Soto il cielo del Brasile
Adão
Não há gota de vida nesta agulha.
A sonda que procura a veia velha
Não pousa em correntes sãs.
A mostra rubra que suga
Não permite que expila
A água que salvará a argila
Não é costela,
O corpo sem sopro,
Nem descostelado,
O carvalho podre,
De um velho barril de amontilado.
É parca vida que resta
Mas o que sobra é minha
Terência
Trazia o terço nas tetas
Tateava as trevas
Tentando travar as tretas.
Lateralidades
Em cima é sempre no alto?
E o alto, é sempre em cima de mim?
Não sei se acredito nessa, não?
E se o alto estiver abaixo de mim e em cima do João?
Do meu lado tem o Mané
E eu, estou do lado dele
Desse jeito fica difícil
Saber quem está mais apertado
E gritou para todos:
Não acho direito o que não é certo.
Olharam para os lados,
Nem esquerda, nem direita se encontraram
No fundo é sempre em baixo.
Na verdade,
bem lá no fundo,
o fundo é o fim do mundo!