Olho pra mureta
Meço com o pensamento a altura
Pondero se há jeito de morrer
“Talvez se eu mergulhar de cabeça”
A mureta me impede
Penso no sofrimento das outras pessoas
Só porque quero me livrar do meu.
Sinto culpa
Sinto um buraco
Não consigo entrar nele
Parado bebo o café
E o sabor da gordura da coxinha desce pro meu estômago
E a gastrite lembra que ainda vivo
Sonho lúcido
Sonhar é pensar dormindo
Nessa noite pensei você
Terá sido sonho
ou uma memória da pele?
Matina
A
Manhã
Cimento
E o cheiro de queimado
Arde nos meus olhos
Vida
Fio que se estende,
Quilômetros ou milímetros.
Que quando o tempo avisa
E tudo menos se espera
Uma parca corta e decide quando acaba.
Aos meus do meu sangue que vieram, fizeram e já foram…
De 18.09.2013
Chagas
As cicatrizes
Que no corpo trago,
Não espelham as feridas da alma.
Estas não sangram,
Mas estão expostas
No amarelo do meu sorriso.