Pousado sobre a pilha de corpos
O urubu se entristece
Não existe fé
Na lágrima de um jacaré
Pânico
As crises de ansiedade vêm e têm sido tantas que não sei mais identificar os gatilhos.
Só queria que esses tiros parassem de me acertar.
Destruição
Esperamos solução
O tempo está contra nós
A mais ínfima coisa pode nos matar
Os imbecis ainda avançam como lobos
Sem saber que a morte é amiga
Desesperança no futuro
Descrença na verdade
Podridão
Corpos se acumulam.
Não são covas, são valas…
E elas não dão contas.
Enquanto o cheiro ácido de um corpo morto não chega ao nariz
Está tudo bem.
Tudo…
Bem…
Tic toc
Meço o tempo
no compasso das crises
uma ansiedade após a outra